Psicose infantil
Durante séculos, as psicoses infantis eram ignoradas e até negadas em sua existência. Seu estudo livre foi impedido por superstições referentes a possessões diabólicas e bruxarias. Algumas destas crianças foram infelizmente encarceradas em jaulas destinadas a enfermos mentais e, em muitos casos, colocados para fora das cidades. Por vezes, abandonados por completo à sua própria sorte.
Os distúrbios mentais em crianças só tardiamente vieram a se converter em objeto de investigação empírica. No que se refere a psicanálise, o trabalho com criança se constitui efetivamente a partir da década de 10, principalmente, no final desta década com os trabalhos de Melaine Klein e de Ana Freud. Um pouco antes houve teórico na Áustria que se interessavam em estudar crianças. Existem vários teóricos que vão se preocupar em estudar crianças como Margareth Mahler uma austríaca que cria noção da psicose simbiótica além de Spitz, Winnicott e teóricos franceses, ingleses, etc.
Antes da Segunda Guerra Mundial, alguns autores se preocuparam em observar os transtornos psiquiátricos infantis. Pretendia-se encontrar nas crianças os sintomas manifestos pelos adultos. Sante de Sanctis (1905) definiu demência precocissíma; Heller(1906), em cima do modelo da demência precoce e esquizofrenia infantil de Potter (1933) e Lutz (1936) definiu a demência infantil;
Em 1911, E. Bleuler estabelece, a partir da revisão de demência precoce de Kraeplin, o seu próprio conceito, o de esquizofrenia. Para Bleuler, a demência precoce não é sempre precoce nem condiz irremediavelmente à demência.
A psicose infantil sofreu uma evolução paralela à da demência precoce (Kraeplin) e posteriormente da esquizofrenia (Bleuler). A translação do quadro semiológico adulto ao da criança tropeçou em dois pontos: dificuldade de integrar na criança o conceito de demência que supõe uma organização psíquica prévia suficientemente desenvolvida; a raridade ou ausência, do delírio crônico na criança. Por isso