A sociedade explicou e tratou o comportamento anormal de diferentes maneiras em diferentes momentos. A maneira como uma sociedade particular reage à anormalidade depende dos seus valores e suposições sobre a vida e o comportamento humanos. A crença de que o comportamento anormal é causado por forças sobrenaturais, como deuses irados, demônios e maus espíritos, que assumem o controle da mente ou do corpo é anterior ao começo da história escrita. A abordagem típica para expulsar os demônios era usar encantamentos, preces, poções ou até mesmo punições físicas. A primeira tentativa de explicar o comportamento anormal em termos de causas naturais ocorreu quando Hipócrates ensinou que o cérebro é o órgão responsável pelos transtornos mentais, sugerindo que o comportamento era governado pelos níveis relativos de quatro humores (líquidos) no corpo: Bile negra, Bile amarela, fleuma e sangue. Não havia técnicas cientificas que comprovassem esta abordagem, porém ela deu o caminho para ver o comportamento anormal como um mau funcionamento ou doença fisiológica. O tratamento durante este período envolveu tentativas de restaurar o equilíbrio apropriado entre os humores ou alterando dieta, exercício, ingestão de álcool ou estilo de vida em geral. Anos depois, durante a idade média (500 – 1500 d.C.) a religião tornou se força dominante, a abordagem de Hipócrates foi abandonada. A idéia antiga da possessão demoníaca foi revivida e tratamentos exorcistas brutais eram usados para expulsar o demônio. O pior é que pessoas perturbadas poderiam ser acusadas de serem bruxas e a igreja por sua vez ditava que estas deveriam ser mortas, muitas vezes queimadas vivas, para que o demônio fosse destruído. Durante o século XVI marcou a primeira vez que foi amplamente reconhecido que as pessoas perturbadas precisavam de atendimento, não de exorcismo ou condenação. Em 1547 dedicaram um hospital para este tipo de cuidado, porém os pacientes que por lá passavam não eram tão bem