Psicologia e Michel Foucault

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Nos primórdios, a vida do homem era circundada pela religião, que era a base de todas as suas esferas. E como todos os subsistemas se interpenetravam (religião, moral, Direito, etc.), a identidade pessoal se constituía a partir dos espaços sociais, pois o homem não se encontrava em sua individualidade, toda a sua vida se baseava na comunidade dentro desses subsistemas indiferenciados.
Com o passar do tempo, iniciou-se o processo de fragmentação deste “mundo” supracitado, processo esse que se constitui com as novas explicações para as esferas do mundo humano. Ou seja, o mundo moderno surge com a quebra da tradição embasada na religião.
Agora o homem é encontrado em sua individualidade, é independente, autônomo, senhor do livre arbítrio e portador da razão, que será a base de sua autonomia. E é através da razão que o liberalismo e o individualismo se firmam como princípios de organização da vida em sociedade. A base é essa: a razão.
Dentro desse contexto de um mundo já “racionalizado”, surge a Revolução Francesa, trazendo o seu ideário de liberdade e igualdade. Porém, esses princípios entram em contradição com uma vida social marcada por profundas desigualdades e injustiças, sendo necessário, dessa forma, se pensar as diferenças existentes. E é aí que se engendra uma concepção de que, mesmo garantida a igualdade jurídica, se pode apontar a diferença, agora situada em um outro plano: o da interioridade. A partir de então surge o questionamento de como se explicar a diferença sem “desmanchar” o princípio da igualdade. E então a biologia traz uma resposta: que essa desigualdade se situa aquém da sociedade, pertence ao “organismo humano”. Daí surgem outros conceitos, como os de “raça”, no sentido de justificar a hierarquização dos tipos desta.
E se a biologia pode dar essas explicações que estão aquém da sociedade, então é possível que se explique também os comportamentos humanos. E então surgem a frenologia de Galton (interpretação da capacidade humana através do

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