Rodrigo
CULTURA DE SI
Rodrigo Diaz de Vivar Y Soler
Aluno regular do programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFSC diazsoler@gmail.com Resumo: O presente trabalho tem por objetivo apresentar algumas considerações em torno da ética do cuidado de si apresentadas por Michel Foucault nas suas últimas obras correspondentes a problematização ética do sujeito do desejo em diferentes momentos históricos. O primeiro correspondente ao mundo grego dos séculos VI ao IV a.C no qual a experiência ética se efetivava por meio de todo um conjunto de técnicas relativas ao bom uso dos prazeres e da virtude da temperança (FOUCAULT, 1984). O segundo correspondente aos séculos I e II d. C no qual o preceito ético do cuidado de si ganha um tom de preservação do corpo e da alma (FOUCAULT, 1985). Seja como for, ambas problematizações indicam mais do que uma simples releitura dos textos da filosofia clássica, significam também um processo de analise crítica da constituição subjetiva em diferentes momentos históricos fazendo o cuidado de si se caracterizar por duas diferentes vias de acesso, oportunizando assim uma leitura crítica em torno da condição humana contemporânea.
Palavras-chave: Michel Foucault, uso dos prazeres, cuidado de si
INTRODUÇÃO
Certo é que as reflexões filosóficas levantadas por Michel Foucault ao longo de sua trajetória acadêmica exerceram fortes influências em diversas áreas das ciências humanas como a Sociologia, a Psicologia, a Antropologia, e é claro, a Filosofia.
Isso porque os seus ditos e escritos procuraram problematizar a visão de mundo proposta por algumas “epistemes”, como a metafísica cristã, por exemplo, que enxerga no sujeito alguém marcado, sobretudo, pela universalidade e pela abstração e
que encontra em Nietzsche, uma forte crítica ao afirmar que todos os valores são
“humanos, demasiadamente humanos” (NIETZSCHE, 2005). Isso significa que toda e qualquer espécie de conhecimento e forma de valoração