PSICOLOGIA DO TRABALHO
Trabalho e Subjetividade: o olhar da Psicodinâmica do Trabalho Selma Lancman e Seiji Uchida
O artigo de Selma Lancman e Seiji Uchida ao propor discutir alguns aspectos teóricos da relação entre subjetividade e organização do trabalho, utilizou-se de elementos fundamentais da abordagem Dejouriana, como a Psicanálise, a Hermenêutica e a Teoria da Ação, buscando familiarizar os interessados pela área, aos elementos constituintes da abordagem. O objetivo do artigo é discutir a subjetividade nos dias atuais, obtendo esclarecer qual o lugar que ela ocupa, a sua importância, e o modo de como apreendê-la nas organizações do trabalho. Logo, uma breve contextualização é colocada no intuito de alinhar o problema proposto a reflexão necessária à abordagem do tema.
As subjetividades desenvolvidas no dia-a-dia são mobilizadas para dar conta do hiato existente entre o trabalho prescrito e o trabalho real. Ao interpelar a inteligência pratica do sujeito e ao solicitar a sua criatividade, o trabalho deixa um espaço para o florescer da autonomia, da inovação e da auto-realização. Este fato mobiliza o sujeito, suscitando seu investimento subjetivo na atividade do trabalho. A nova forma de acumulação de capital tornou necessário o surgimento de um sujeito criativo, inovador, flexível, etc. Alguns autores defendem que a flexibilização do trabalho impõe novos desafios a questão da subjetividade. Características como criatividade, iniciativa própria, sensibilidade, liderança, são fundamentais a sobrevivência de empresas, e devem ser compreendidas e desenvolvidas.
Dentro da realidade organizacional, o comportamento deve ser visto como um sintoma, constituído de deslizes e de sobreposições de sentido. O estado de normalidade constituído por ele é composto por múltiplas determinações subjetivas e objetivas, e compreendida como uma conquista oriunda do conflito entre as exigências do