Psicanálise- compulsão a repetição
Freud chamou de “compulsão à repetição” o processo de reviver interminavelmente determinada neurose; assim sendo, quando alguém repetia um relacionamento ou acontecimento frustrado, seria uma tentativa de descarregar a energia acumulada ou represada até conseguir o êxito de sua missão.
Freud associou tal complexo ao instinto de morte inato no ser humano, pois o prazer absoluto ou a ausência da dor apenas seriam obtidos no retorno ao inanimado, que seria a morte. Embora tal conceito até o presente seja um tanto difícil de ser elaborado, não precisamos ir muito longe para vermos que determinadas pessoas possuem um núcleo doentio de sempre estarem repetindo suas experiências mais dolorosas. Porém, o que Freud deixou de mencionar é que a repetição na sua essência é um desafio imposto pelo ego frente ao orgulho ferido. A pessoa, mesmo sabendo do risco da continuidade de determinada desgraça, aceita novamente uma situação similar, como o jogador compulsivo.
É a compulsão de certos indivíduos a repetir situações aflitivas e até mesmo penosas durante o curso de suas vidas, sem reconhecer sua própria participação em ocasionar tais incidentes ou o relacionamento das situações atuais com experiências passadas. (Moore, B.E.; Fine, B.F. Termos e Conceitos psicanalíticos;
Ed. Artes Médicas, PA, 1972). Natureza do fenômeno Freud se baseou na observação empírica de quatro fatos psicológicos para desenvolver sua teoria sobre a compulsão à repetição:
1. Os sonhos que ocorrem nas neuroses traumáticas nos quais a situação traumática se repete;
2. A tendência dos pacientes repetirem experiências dolorosas passadas durante o processo psicanalítico;
3. As neuroses de destino;
4. Certos tipos de jogos infantis.
Na elaboração teórica que Freud lhe dá, a compulsão à repetição é considerada um fator autônomo, irredutível em última análise a uma dinâmica conflitual onde não interviesse senão o funcionamento conjugado do princípio do prazer e do princípio