Fundamentos da psicanálise
(Novas Recomendações sobre a Técnica da Psicanálise)
No texto Recordar, Repetir e Elaborar, Sigmund Freud levanta uma série de considerações para o aprimoramento da técnica psicanalítica. Nessa primeira fase (a catarse de Breuer) recordar e ab-reagir, com auxílio era o que se visava . A psicanálise buscava através da hipnose, reproduzir o trauma original causador do sintoma do paciente. Este seria o tipo ideal de lembrança, vez que ele se manifestaria sem interferência nenhuma da repressão. Revelando-se limitada, foi deixada de lado e substituída pela recordação por meio das associações livres do paciente. Nesse momento, a resistência passa a ser considerada e contornada pelo trabalho da interpretação. As situações que haviam ocasionado a formação do sintoma e as outras anteriores ao momento em que a doença irrompeu conservaram seu lugar como foco de interesse e finalmente, o analista abandona a tentativa de colocar em foco um momento ou problemas específicos e passa a estudar tudo o que se ache presente, de momento, na superfície da mente do paciente e emprega a arte da interpretação principalmente para identificar as resistências tornando-as conscientes para o paciente.
Ao vencer suas próprias resistências, o paciente relaciona sem dificuldades as situações esquecidas. Freud chama atenção para os casos em que o paciente, em vez de recordar aquilo que ele reprimiu e esqueceu expressa-o pela atuação.(acting-out). A experiência em questão não é reproduzida pela lembrança, mas como ação; repete-o, sem, naturalmente, saber que o está repetindo. Logo, percebemos que a transferência é, ela própria, apenas um fragmento da repetição e que a repetição é uma transferência do passado esquecido para todos os outros aspectos da situação atual.
O paciente se submete à compulsão, à repetição, que substitui o impulso a recordar em cada diferente atividade e relacionamento que podem ocupar sua vida na ocasião. Quanto maior a resistência, mais