prova
Moacyr Scliar
Corrupção é a grande questão do país, o assunto que está em todas as manchetes, que é discutido em todos os lugares. Não é um assunto novo, claro. Trata-se de um mal endêmico na sociedade brasileira, uma enfermidade pertinaz que de há muito acomete o frágil organismo social no qual vivemos. Um desafio que vem desde o tempo da colônia e que se agudizou notavelmente nas últimas décadas. Não por outra razão governantes se elegeram com a bandeira da luta anti-corrupção.
Foi assim com Jânio Quadros, foi assim com Collor. Deu no que deu, e esta é outra razão para a amargura de nossa gente: estaríamos diante de uma doença incurável, uma forma de parasitismo que não pode ser erradicada. Tudo termina em pizza, dizem as pessoas, amarguradas, e é irônico que a pobre pizza, um prato relativamente humilde (ainda que fora do alcance da maioria dos brasileiros), se tenha transformado no símbolo da impunidade.
Mas a corrupção, além de sangrar cofres públicos, tem um outro efeito, talvez mais danoso. Ela mina a esperança; semeia o desânimo. Por esta razão, lutar contra a corrupção não significa apenas colocar os desonestos na cadeia – o que, aliás, não resolve coisa alguma. Lutar contra a corrupção significa conceber um país melhor.
Há uma palavra que, como chave, pode abrir a porta desse futuro que os brasileiros mal podem adivinhar: a ética. É impossível não lembrar aqui aquele admirável paladino da ética, Baruch Espinosa, e suas palavras: “Governar não significa transformar seres racionais em fantoches, mas capacitar as pessoas a desenvolver-se, a fazer pleno uso de sua racionalidade”.
01. “Não é um assunto novo, claro.”; o termo “claro”, neste segmento do texto, significa que:
A) o autor do texto discorda do que dizem os jornais.
B) o tema da corrupção foi sempre um tema omitido das discussões oficiais.
C) o tema a ser explorado no texto vem sendo explorado pela mídia falada e escrita.
D) o autor do texto concorda com uma opinião