Protoformas do Serviço Social
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Quando emergiu para o Brasil, nas décadas de 1920, 1930, o Serviço Social tinha como base para a sua implantação o reconhecimento das tensões sociais, geradas a partir da industrialização. No inícioera de caráter filantrópico, possuía uma característica assistencial, missionário e beneficente, sendo a Igreja Católica a controladora do processo de ajuda ao próximo, aos carentes. As protoformas daprofissão se ligavam claramente ao desenvolvimento da Ação Social, exercida pela Igreja Católica. Esta, com o objetivo de recristianizar a classe trabalhadora, passou a assumir o enfrentamento da“questão social”. No entanto, nesse momento do Serviço Social, não existia a expressão da questão social, mas as expressões concretas da “questão social”, ou melhor dizendo, o conceito de problema social,considerada uma questão moral e religiosa, como se as condições precárias do proletariado fosse decorrente não da dinâmica do processo industrial, mais uma questão de escolha, havia umaculpabilização do sujeito pelo seu problema social, sem relacioná-la à luta de classes, que é, na verdade, a base de sua existência. A estreita relação entre as protoformas do Serviço Social e a Igreja fez comque fosse predominante dentro da profissão o pensamento conservador pautado na corrente neotomista.
Nesse contexto, as bases estruturadoras do Serviço Social, durante muito tempo, estiveram aserviço da burguesia, recebendo forte influência da doutrina social, desenvolvida pela Igreja Católica. Abordando esse período do processo histórico do Serviço Social, Marilda Iamamoto assinala que: “oServiço Social surgiu como uma das estratégias concretas de disciplinamento, controle e reprodução da força de trabalho. E seu papel era conter e controlar as lutas sociais.” Neste sistema deorganização social capitalista, a burguesia se aliava com a Igreja e o Estado para profissionalizar a assistência social. Através da influência do pensamento europeu e norte-americana, a