Professor
O Historiador e seu papel na contemporaneidade: seus fatos, sua metodologia e suas análises
No século XIX, Leopold Von Ranke acreditava que se poderia fazer uma história do passado pelo passado, a partir de sua metodologia de análise do documento. Para ele, ao adotar a imparcialidade, o historiador poderia chegar a uma verdade histórica objetiva. Hoje, muito se tem discutido quanto a objetividade do conhecimento histórico. Muitos historiadores, assim como Georges Duby, acreditam que a História seja uma ciência particular, uma ciência diferente da tradicional forma científica galileana baseada em fatos comprováveis. Para ele, contrapondo-se com os ideais positivistas, a objetividade na História é um mito já que em qualquer narrativa histórica há uma subjetividade de quem a escreve, sendo qualquer tipo de documento “contaminado” de juízo de valores e influências de seu tempo. Já na escolha de certo objeto de estudo, o historiador emite juízo de valor, não ficando imparcial diante a seleção de seu tema de pesquisa.
Diante dessas comprovações, podemos notar que o conhecimento histórico é um conhecimento “volátil”, quase que historicista, já que perpassa por uma tese inicial em cima de um fato, uma antítese que é a contestação da tese, e a síntese que seria uma nova abordagem de um mesmo fato. Sendo assim, a História torna-se um ciclo de análises intermináveis, sendo sempre construída, descontruída e reconstruída por gerações posteriores, como diz o próprio Georges Duby.
Ao contestar a objetividade da História metódica do século XIX, Edward Hallet Carr critica a metodologia de análise positivista:
A história consiste num corpo de fatos verificados. Os fatos estão disponíveis para os historiadores nos documentos, nas inscrições, e assim por diante, como os peixes na tábua do peixeiro. O historiador deve reuni-los, depois