Produção de proteases por vegetais
Um ponto altamente desfavorável para a utilização de proteases de origem vegetal é a demora no tempo de cultivo para a obtenção destas enzimas. Dentre as principais proteases de plantas, as mais conhecidas são a papaína, a bromelina, as queratinases e a fiscina (EVANGELISTA, 2001).
A papaína, enzima extraída do látex do mamão, possui uma longa história de uso e seu desempenho depende da fonte, das condições climáticas de desenvolvimento das plantas e dos métodos utilizados para sua extração (FENNEMA, 1996).
As papaínas atuam sobre o colágeno e a elastina, que são constituintes do tecido conjuntivo, possuindo pouca ação sobre as fibras musculares. Podem ser encontradas em pó, de cor geralmente canela clara e em liquido incolor ou amarelo claro (EVANGELISTA, 2001).
A bromelina é uma enzima extraída do talo ou do suco de abacaxi, caracterizada como uma cisteína proteinase. Sua função é análoga à da papaína e podem ser encontradas comercialmente na forma de pó, com uma tonalidade esbranquiçada a marrom claro (FENNEMA, 1996).
Outra protease de origem vegetal é a ficina, retirada do látex do Fícus sp., que abrange diferentes tipos de figueiras tropicais. Possui as mesmas indicações da papaína e da bromelina, sendo, porém, menos requisitada. Apresenta atividade elevada em presença de agentes quelantes como EDTA, possui ótima estabilidade em valores de pH que variam entre 6 e 8 e catalisam a hidrólise de uma grande variedade de substratos naturais, incluindo a gelatina, colágeno, proteínas do leite, hemoglobina, elastina, proteínas da soja, fibrina e fibrinogênio (RAO et al., 1998; EVANGELISTA, 1996).