Produtos naturais encontrados em abundância no corpo humano e na natureza, as enzimas são proteínas capazes de promover e acelerar reações químicas, que regulam grande número de processos biológicos. Presentes em microrganismos, animais e vegetais, elas são usadas direta ou indiretamente pela humanidade há milhares de anos, mas sua importância só foi reco- nhecida em meados do século 19, quando cientistas descobriram como atuam. A partir de então, e sobretudo no século 20, aumentou rapidamente o conhecimento sobre tais substâncias, e foram determinados os mecanismos de ação e as estruturas de milhares delas. Essa maior compreensão possibilitou o emprego dessas proteínas especiais em processos industriais de diferentes áreas: médica, alimentícia, têxtil, quí- mica, de papel e celulose e muitas outras. É vantajo- so usar enzimas na indústria, porque elas são natu- rais, não tóxicas e específicas para determinadas ações. Além disso, são capazes de alterar as caracte- rísticas de variados tipos de resíduos, contribuindo para reduzir a poluição ambiental. O mercado brasi- leiro de enzimas, embora pequeno diante do mundial, apresenta grande potencial, em função da enorme disponibilidade de resíduos agroindustriais e do dinamismo dos setores industriais citados acima. Nas células, as enzimas estão envolvidas em todos os processos bioquímicos. Para atuar corretamente, porém, precisam de condições específicas, pois são ativas apenas em uma faixa estreita de acidez-alcalinidade (pH) e são sensíveis a mudanças nesse fator e na temperatura do meio. Os microrganismos são a principal fonte de enzimas de aplicação industrial, mas diversas podem ser obtidas de animais (pancreatina, tripsina, qui- motripsina, pepsina, renina e outras) ou vegetais (papaína, bromelina, ficina e outras). Hoje, porém, como é possível modificar geneticamente os micror- ganismos para que forneçam qualquer enzima, a tendência é substituir as produzidas por vegetais e animais pelas de origem