produçao cultural
O estudo subsequente trata-se de uma abordagem histórica e revisional do contexto de produção cultural da canção “Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones” de Gianni Morandi, Itália, 1966, no qual tal canção amplamente divulgada pela mídia nos circuitos mundiais da indústria cultural, reflete uma onda de contestação juvenil à presença norte-americana na Guerra do Vietnã (1959-1975).
Por outro lado, na segunda parte deste trabalho, será analisada a parodia desta canção “Era um garoto...”, feita por Eustáquio Moreira da Silva, em 1978, que reflete o momento de contestação social da “Hegemonia das Esquerdas” no Brasil durante o regime militar (1964-1985), em contraponto ao momento do “Milagre Econômico”, da década de 1970, no qual o país desenvolvia sua industrialização e requisitava em grande medida a participação jovem na ocupação das vagas como mão de obra barata para o desenvolvimento da economia do país. Era Um Garoto Que Como Eu amava Os Beatles e Os Rolling Stones
Era um garoto
Que como eu
Amava os Beatles
E os Rolling Stones.
Girava o mundo
Sempre a cantar
As coisas lindas
Da América...
Não era belo
Mas mesmo assim
Havia mil garotas à fim
Cantava "Help
And Ticket To Ride,
Oh! Lady Jane and Yesterday"...
Cantava viva à liberdade
Mas uma carta sem esperar
Da sua guitarra, o separou
Fora chamado na América...
"Stop!" Com "Rolling Stones"
"Stop!" Com "Beatles songs"
Mandado foi ao Vietnã
Lutar com vietcongs...
Ratá-tá tá tá...
Tatá-rá tá tá...
Ratá-tá tá tá...
Tatá-rá tá tá...
Ratá-tá tá tá...
Tatá-rá tá tá...
Ratá-tá tá tá...
Era um garoto
Que como eu!
Amava os Beatles
E os Rolling Stones
Girava o mundo
Mas acabou!
Fazendo a guerra
No Vietnã...
Cabelos longos
Não usa mais
Nem toca a sua
Guitarra e sim
Um instrumento
Que sempre dá
A mesma nota
Ra-tá-tá-tá...
Não tem amigos
Nem vê garotas
Só gente morta