Processo historico da educação
Neidson Rodrigues, filósofo com pensamento e ação revolucionários a serviço da Educação brasileira
CHAGAS, José Antonio Carlos David – Colégio Puríssimo Coração de Maria
“Mestre, que é feito de ti nesta forma de vida?
Pedem-me um trabalho sobre o que foi, o que fez Neidson Rodrigues ao longo de sua vida profissional e o que representa sua obra e de que forma seu pensamento pode iluminar ainda mais este encontro de filósofos da educação, no atual contexto cultural, educacional e político que estamos vivendo. Junto ao enorme orgulho de poder envolver-me uma vez mais com a obra de um dos mais brilhantes professores que tive nos tempos universitários, há a preocupação em não atender como devia, os que o conheceram pessoal e profissionalmente e têm acesso a sua produção intelectual.
Seu filho, quem indicou meu nome, sabia perfeitamente a responsabilidade que me transferia, mas fez valer o intenso convívio que tivemos, Neidson e eu, desde o instante em que, no início dos anos 70, nos encontramos, ele, mestre e guia, eu, discípulo interessado em conhecer a Filosofia da Linguagem em toda sua extensão.
Na verdade, muito mais que preceitos filosóficos, o que nos aproximou naqueles anos, foram questões políticas. Tínhamos, os dois, iguais preocupações com as desigualdades sociais, com as dificuldades enfrentadas pela grande maioria da população brasileira de acesso à educação e, fundamentalmente, com o peso que se nos impunha a imensa noite tecida pela ditadura militar. Estes assuntos provocaram encontros nossos fora do ambiente de sala-de-aula onde nos perdíamos, muitas vezes, em interessantes discussões em torno de Saussure, Dino Pretti, Cassirer, Chomsky, Umberto Eco, Hjelmslev, Roman Jakobson, Peirce, Sapir, Ulmann, Barthes.
O limite imposto pela administração acadêmica para aulas de Filosofia da Linguagem era sempre desrespeitado pelo professor e por seus alunos, interessados que estávamos em desvendar problemas da linguagem, em análise e