Prisões da miseria

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A Política da Tolerância Zero é uma luta contra os pequenos distúrbios cotidianos na rua provocados por prostitutas, moradores de rua, drogados, pichadores. É a esta nova política que as autoridades, além da mídia nacional e internacional, atribuem precipitadamente a queda da criminalidade em Nova York nesses últimos anos. De Nova York, a doutrina da "tolerância zero", instrumento de legitimação da gestão policial e judiciária da pobreza que incomoda - a que se vê, a que causa incidentes e desordens no espaço público, alimentando, por conseguinte, uma difusa sensação de insegurança, ou simplesmente de incômodo tenaz e de inconveniência -, propagou-se através do globo a uma velocidade alucinante. E com ela a retórica militar da "guerra" ao crime e da "reconquista" do espaço público, que assimila os delinquentes (reais ou imaginários), sem-teto, mendigos e outros marginais.
Foi uma mensagem que pequenos atos da chamada “segunda classe não seriam mais tolerados com o intuito de se alcançar o que entendem ser uma cidade decente onde não seriam encontrados mais mendigos, drogados e prostitutas nas ruas”.
Em agosto de 1998, o presidente do México lança uma "Cruzada nacional contra o crime", através de um pacote de medidas apresentadas como "as mais ambiciosas da história do país", visando "imitar os programas como a 'tolerância zero' em NovaYork. Em setembro de 1998, é a vez do secretário da Justiça e da Segurança de Buenos Aires, León Arslanian, assinalar que essa província da Argentina aplicará, ela também, "a doutrina elaborada por Giuliani". Em janeiro de 1999, depois da visita de dois altos funcionários da polícia de Nova York, o novo governador de Brasília, Joaquim Roriz, anuncia a aplicação da "tolerância zero" mediante a contratação imediata de 800 policiais civis e militares. Na Itália, a "moda repressive" da grife Giuliani, como a chamam os observadores transalpinos, faz furor desde 1997. Em fevereiro de 1999, a cidade de Cape Town lança uma vasta operação de

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