as prisoes da miseria
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CAMPUS IV
K. V. S.
Luciano Barbosa Araujo
FICHAMENTO
VIGIAR E PUNIR: Quarta Parte - PRISÃO
Jacobina 2011
FOUCAULT, Michel. Trad. Raquel Ramalhete. Vigiar e punir: quarta parte, PRISÃO. 12ªed. Petrópolis, Vozes, 1995.
QUARTA PARTE: PRISÃO
CAPÍTULO I – INSTITUIÇÕES COMPLETAS E AUSTERAS
p. 207
“A prisão é menos recente do que se diz quando se faz datar seu nascimento dos novos códigos.”
O autor reforça sua idéia de que a prisão vem de muito antes ao nosso olhar penal, pois ela deriva ou surge desde a existência do suplício do corpo da época medieval, para a utilização do tempo no cenário carcerário do capitalismo. Sua afirmativa tem como foco o sistema punitivo-legal ao longo dos séculos. Ou seja, reafirma que o poder de punir é quem dá a tônica da história da prisão. Podemos afirmar que a prisão é um espaço penal instituído no séc. XVII, através de um projeto de justiça comum, mas em um não formato de instituição podemos percebê-la muito antes, desde a estigmatização dos indivíduos não enquadrados no padrão de normalidade vigente. Neste ponto, o autor nos provoca a entender que com o desenvolvimento cultural e multiplicação humana, houve a necessidade de controle de uma minoria ‘anormal’, ou seja, o poder do homem sobre outro homem, surge o Estado e, paralelamente, surge o modelo disciplinar.
p. 208
“E se, em pouco mais de um século, o clima de obviedade se transformou, não desapareceu. Conhecem-se todos os inconvenientes da prisão e sabe-se que é perigosa quando não inútil. E, entretanto não vemos o que pôr em seu lugar. Ela é a detestável solução, de que não se pode abri mão”
Notadamente o autor refere-se ao caráter prisão-castigo que permeia a prisão. Logo,