As Prisões da Miséria
As Prisões da Miséria
O livro As prisões da Miséria, de Loïc Wacquant, trata da expansão do Estado Penal nas sociedades, tomando como base os padrões adotados pelos governos europeus e dos EUA, onde o Estado de Bem Estar Social deixa de existir e dá lugar a um Estado de Punição que criminaliza a miséria e as classes operárias. O autor orienta que a prisão é a resposta neoliberal a pobreza, salientando que o Estado Punitivo seria conseqüência da transformação neoliberal das sociedades. A “tolerância zero” é o conceito principal que rege as idéias apresentadas no livro, com a política do uso de estratégias coercitivas no combate dos pequenos crimes, baseando-se em teorias como a da “vidraça quebrada”: é lutando passo a passo contra os pequenos delitos do cotidiano é que se irão curar as grandes patologias criminais. Esta política é nada menos que uma campanha que visa penalizar a pobreza, tendo como alvo aqueles que vivem às margens da sociedade, como os moradores de rua, as prostitutas, os pichadores.
Busca-se estabelecer a “qualidade de vida”, de modo a conceituar “segurança” em termos estritos, uma vez que não são asseguradas à população condições de saúde e educação dignas, com um Estado Social que aparece minimamente e deixa as populações consideradas “supérfluas” desamparadas, enquanto o Estado penitenciário é forte. É um instrumento de encarceramento da pobreza, para excluir os “indesejáveis”.
A política da “tolerância zero” foi adotada inicialmente pelo prefeito de Nova Iorque, Rodolph Giuliani e Bratton, em resposta a uma onda de crimes que acontecia na cidade, tendo como resultado a quadruplicação da população carcerária nos Estados Unidos.
Trata-se da isenção da o Estado de suas responsabilidades de gênero social e econômico, direcionando a responsabilidade da insegurança e dos altos índices de criminalidade nas cidades à individualidade dos habitantes das zonas que são consideradas “incivilizadas”. Dados mostram que a criação de