Principais Pontos da obra de Maquiavel
1) Problematize a expressão “maquiavélico” a luz das contribuições trazidas por Maquiavel à Ciência Política ocidental.
O termo “maquiavélico” apresenta uma conotação negativa e pejorativa. É utilizado para designar pessoas falsas e inescrupulosas, ou seja, que não medem esforços para atingir seus objetivos. Entretanto é mais difícil compreender a origem do que o significado do termo: O termo tem sua raíz na tradução do sobrenome de um político e escritor renascentista florentino do século XVI: Niccolò Macchiavelli em português, Nicolau Maquiavel cuja obra O Príncipe é um clássico e marco da fundação da ciência política. Nesse livro Maquiavel rompe com a idéia de que a esfera política tem influência da esfera religiosa (predestinação) e, portanto, abre precedentes para que a moral religiosa não seja acatada pelo Príncipe na esfera política sendo até mesmo a moral religiosa algo que levaria governantes ao fracasso; Com isso Maquiavel cria a Ética Política que ameaça os valores e a moral cristã e como resultado chocou e continua chocando diversos leitores. Em suma, em seu livro a figura do Príncipe maquiaveliano deve lançar mão de ações que vão contra a moral religiosa e social vigente para manter a ordem e se perpetuar no poder, sendo esse o objetivo maior do ser político na análise de Maquiavel. Essa primeira análise superficial da obra de Maquiavel - que inclusive fez com que o livro entrasse na lista dos livros proibidos (index) da Igreja Católica durante a Inquisição - gera a máxima “os fins justificam os meios”. Essa corrente dominante da interpretação das idéias de Nicolau Maquiavel em O Príncipe - que fora escrito em formato de “manual” para o governante de Firenze na época Lourenço de Médici - é que faz com que o termo moderno “maquiavélico” tenha a conotação pejorativa apresentada anteriormente. Podemos acrescentar durante uma leitura mais cuidadosa que