Principais marcos da reforma sanitária
O princípio do modelo de assistência à saúde em nosso país era dual, com as ações de saúde pública focadas no controle de doenças transmissíveis (vinculadas ao Ministério da Saúde) separadas da assistência médica de caráter curativo destinadas somente aos contribuintes da previdência (vinculadas ao Ministério da Previdência e Assistência Social - MPAS). Após o golpe militar (1964), houve um fortalecimento da assistência médica previdenciária com expansão dos serviços privados (subsidiada em grande parte pelo próprio governo), porém sem qualquer avanço nas políticas de desenvolvimento social, fato que agravou ainda mais a condição de saúde da população. Devido a crise econômica e política vivida pós "milagre econômico", com o objetivo de garantir a continuidade do governo militar, no decorrer da década de 70 foi definido o II Plano Nacional de Desenvolvimento que, através da relação estabelecida entre a política econômica e social, possibilitou um fortalecimento do "movimento sanitário". Este "movimento sanitário" era fomentado por intelectuais do setor saúde que propunham, baseados em estudos das condições sociais e de saúde da população, profundas modificações no modelo de assistência à saúde no país considerando as seguintes definições: a saúde como direito de todo cidadão, independente de qualquer contribuição; junção das ações de saúde em um único sistema (Ministério da Saúde + INAMPS); gestão descentralizada; promoção pelo Estado do controle social (proposições posteriormente elaboradas e expressas no Sistema Único de Saúde - SUS). Fomentado por essa discussão, que repercutia junto aos movimentos sociais com destaque para o movimento estudantil, no final dos anos 70, o Estado estabelece algumas mudanças