Principais marcos da reforma sanitária e o modelo histórico de proteção social em saúde no Brasil.
A construção de um sistema de saúde brasileiro reflete a luta de avanços, retrocessos e novos avanços na formação do Estado brasileiro. A partir da década de 70 começa no Brasil movimentos sociais onde debates profundos acerca do modelo de saúde vigente promovem discussões sobre os determinantes sociais da saúde e o debate assume um sentindo mais amplo sobre o direito à saúde contribuindo para a reforma do Estado brasileiro.
Em um resgate histórico, podemos observar já na década de 20 que a estruturação do sistema de saúde do Brasil sempre atendia aos interesses econômicos – modelo privatista, garantindo a manutenção da força de trabalho e refletindo numa sociedade desigual. A política de saúde tinha caráter dual com modelo de ação voltado para a tentativa de contenção de endemias e outro para os trabalhadores formalmente reconhecidos pelo Estado. O modelo iniciado no século XX era centralizado, pouco participativo. As ações médicas eram para controlar e disciplinar a força de trabalho.
Na década de 70 no período do governo militar, a fim de mascarar a falta de liberdade, o governo promoveu medidas de crescimento econômico com expansão da indústria. As medidas favoreciam o acúmulo de capitais e reforçava as desigualdades sociais. Foram implementadas medidas de políticas sociais como: FGTS, PIS e o PASEP. Todos os institutos de Aposentadorias e Pensões foram unificados ao INPS, com o qual os benefícios para os trabalhadores foram unificados. A política de saúde mantinha na previdência social os trabalhadores formalmente inseridos no mercado de trabalho, a prática médica era individualista, assistencialista e especializada em detrimento das ações de saúde pública de caráter preventivo e interesse coletivo, nessa estrutura montada favorecia o estimulo a prática médica privatista com formação de grandes complexos industriais produtoras de medicamentos e