Preconceito e a formação de identidade
RESUMO: Os preconceitos, assim como valores e leis, são aprendidos e interiorizados quando se está inserido em uma sociedade. Porém, as consequências dessa reprodução ideológica são prejudiciais principalmente aos sujeitos que compõem estas classes prejulgadas. O indivíduo aprende que a condição em que ele se encontra é depreciada pela sociedade, ele internaliza essa ideia e passa a ter um comportamento discriminatório com sua própria identidade. Homossexuais que sabem da discriminação que a sociedade direciona a essa classe resistem em assumir o que são, por exemplo. Bem como os negros que também internalizam o preconceito de serem "inferiores", interferindo assim no modo como se enxergam como indivíduos.
PALAVRAS CHAVE: preconceito, homofobia internalizada, racismo internalizado, formação de identidade. Temos o conceito de identidade como a representação subjetiva do que somos, do que temos de próprio, de natural. Porém, o homem como um ser social, agrega conceitos da sociedade em que está inserido à sua identidade. Interiorizando, inclusive, preconceitos a determinados grupos de indivíduos que fogem dos padrões ditados por instituições sociais (tais como família, escola,
Igreja e Estado). O conflito surge quando essas opiniões ou sentimentos desfavoráveis concebidos a partir da generalização (o preconceito) vão de encontro à construção da singularidade desse sujeito.
Ou seja, quando esse se enxerga membro de uma classe que a sociedade julga desprezível.
O indivíduo nessa circunstância é exposto ao abalo de sua autoestima o que colabora para a negação de sua identidade. Como na homofobia internalizada e no racismo internalizado, em que pode-se dizer que quando o estereótipo é muito forte ou pernicioso, membros do grupo alvo tendem a aceitá-lo e incorporá-lo à sua auto-imagem, fazendo com que sentimentos negativos com relação à própria orientação sexual sejam generalizados para o self como um
todo.