Preconceito racial
SILVA, Barbara Uiara da
Introdução
“Falar do multiculturalismo é falar do jogo das diferenças, cujas regras são definidas nas lutas sociais por atores que, por uma razão ou outra, experimentam o gosto amargo da discriminação e do preconceito no interior das sociedades em que vivem”. (Gonçalves & Silva, 2004. p.11).
A pluralidade cultural tem sido tema de grandes discussões ao longo da história. Conforme Assis & Canen (2004), é impossível não perceber as relações distintas de poder entre as fontes culturais e raciais que deram origem e dividem o Brasil. De acordo com Gonçalves & Silva (2004), as políticas sociais, em especial as que se referem à educação, têm como alvo um público definido a partir de critérios de equidade, ou seja, critérios relacionados aos direitos de cidadania.
Portanto, a pluralidade cultural se coloca como um “problema”, pois as sociedades não se representam enquanto plurais, mas como monoculturais, partindo de um referencial etnocêntrico. Por acreditar que a educação se dá num espaço onde estão inseridos sujeitos de várias raças, contextos sócio-político-econômicos diferentes, religiões e classes distintas, faz se necessário investigar até que ponto a escola tem contribuído para a afirmação, aceitação ou discriminação de identidades específicas.
A partir das motivações acima e reconhecendo a importância do tema para uma educação transformadora, os objetivos do presente trabalho foram os de analisar os relatos de casos de preconceito racial ocorridos em sala de aula ou no ambiente escolar, identificando até que ponto a escola tem se comportado como uma organização multicultural e ao mesmo tempo propondo caminhos