Precisamos falar sobre Kevin

O filme Precisamos Falar Sobre Kevin conta sobre o drama de uma mãe que tem um filho problemático. Os conflitos entre a mãe e filho vêm desde muito cedo, a começar pela gravidez indesejada. D’Andrea, Flávio Fortes (1936, p. 32 e 33) “Desde os primeiros instantes de vida, o comportamento materno exerce influencia na formação da personalidade da criança, mesmo sem o uso da comunicação verbal. A maneira como a mãe soluciona os problemas decorrentes de seu novo papel, expressada pelos gestos e sentimentos em relação ao filho, irá, segundo o seu resultado, provocar respostas de prazer ou desprazer ao organismo infantil e isto terá um efeito duradouro na sua concepção da realidade”.
Todo ódio de Kevin pela mãe na realidade é amor, ou seja, uma formação reativa. D’Andrea, Flávio Fortes (1936, p. 23) “Mecanismo inconsciente pelo qual atitudes, desejos e sentimentos, desenvolvidos pelo ego são a antítese do que é realmente almejado pelos impulsos”. E por desejar que ela seja somente sua, a pune pela falta de atenção que a mãe não lhe dá. Pode-se dizer que Kevin fixa-se na fase fálica, onde ocorre o complexo de Édipo. D’Andrea, Flávio Fortes (1936, p. 61) “A forma mais simples do complexo de Édipo consiste no amor do menino pela mãe e no ódio pelo pai”. Um exemplo da punição imposta por Kevin no filme é quando Eva irritada o joga no chão após trocar sua fralda várias vezes e ele acaba machucando o braço, adquirindo uma cicatriz e passa a manipular a mãe com a mesma.
No início do filme do filme ele chorava muito e quase não se alimentava. Com isso tornou-se um jovem anoréxico, assim como Eva que também possuía o mesmo transtorno. Além do transtorno alimentar, Kevin era considerado um jovem com transtorno antissocial. Hilgard, Introdução a Psicologia (2002, p. 576) “As pessoas com personalidade antissocial tem pouco senso de responsabilidade, moralidade ou preocupação com os outros. Seu comportamento é determinado quase exclusivamente por suas próprias necessidades”.