Prazer e sofrimento no trabalho: representações sociais de profissionais de recursos humanos.
Prazer e Sofrimento no Trabalho: Representações Sociais de Profissionais de Recursos Humanos.
Roque Tadeu Gui.
No presente estudo, investiga-se as representações de profissionais de Recursos Humanos em torno de várias categorias relacionadas com a temática do prazer e do sofrimento no trabalho. A falta de diálogo, relacionamentos hierárquicos autoritários, pressão do processo produtivo, insegurança e sentimentos de injustiça, o baixo interesse pelo trabalho resultante da precária identificação com as tarefas, são reconhecidos pelos participantes dos SESMT e CEFOR como fontes de sofrimento.
Com base em relatos construídas por profissionais de Recursos Humanos do Banco do Brasil, como o seguinte: “...isso se torna sofrimento: a pressão pelo resultado e a realização de um trabalho sem sentido, um trabalho monótono e que não leva a nada...” . A existência de prazer e sofrimento nos processos de trabalho é reconhecida por todos os participantes e vincula-se diretamente à qualidade das relações interpessoais, ao tipo e à organização do trabalho. Os Dirigentes reconhecem uma dualidade conflitiva entre sofrimento e prazer no trabalho e demonstram preocupação em encontrar motivos e buscar propostas que minimizem o sofrimento e potencializem o prazer.
As representações sobre as causas do sofrimento possuem certa homogeneidade entre os participantes da pesquisa: a falta de reconhecimento. O reconhecimento confere sentido ao sofrimento; quando não ocorre, o sofrimento torna-se absurdo, podendo levar à desestabilização da personalidade e à doença mental.
Motivação, criatividade, comprometimento, cooperação, elevação da auto-estima e melhoria da qualidade de vida são os principais efeitos do prazer sobre o indivíduo atribuídos pelos participantes. Em contrapartida, adoecimento físico e mental - raiva, ansiedade, depressão, angústia - são claramente vinculados ao sofrimento.
Os participantes da pesquisa