aspectos
Magnólia
Bezerra
Mendes
Professora A s s i s t e n t e d o D e p t o d e Psicologia da UFPE. M e s t r e e m Psicologia Social e d o
Trabalho. U n B
necessidade de estudar mais profundamente a relação do trabalho com os processos psíquicos tem sua origem no começo do século XX, com ampla aplicação dos princípios tayloristas criados com o objetivo de racionalizar o trabalho.
Com o desenvolvimento industrial e a acentuação da divisão entre concepção e execução do trabalho, a aplicação direta destes princípios trouxe graves prejuízos à saúde física e mental dos trabalhadores, em consequência de prolongadas jornadas de trabalho, ritmo acelerado da produção, fadiga física, e sobretudo, automação, não participação no processo produtivo e parcelamento das tarefas.
Estudos desenvolvidos na França por Dejours (1987) criticam o modelo taylorista e demonstram que é a organização do trabalho a responsável pelas consequências penosas ou favoráveis para o funcionamento psíquico do trabalhador.
O autor afirma que podem ocorrer vivências de prazer e/ou de sofrimento no trabalho, expressas por meio de sintomas específicos relacionados ao contexto sócio-pro¬ fissional e ã própria estrutura de personalidade. A
"A organização do trabalho exerce sobre o h o m e m uma ação específica, cujo impacto é o aparelho psíquico. Em certas condições emerge u m sofrimento que pode ser atribuído ao choque entre uma história individual, portadora de projetos, de esperanças e de desejos e uma organização do trabalho que os ignora." Dejours (1987)
Wisner (1994) compartilha essas idéias, considerando que a dimensão psíquica do trabalho definida em termos de níveis de conflitos no interior da representação consciente ou inconsciente das relações entre pessoa e a organização do traba¬
Aspectos Psicodinâmicos da
Relação Homem-Trabalho: as contribuições de C. Dejours
lho, interferem na percepção positiva ou negativa do trabalhador