Por um historia conceitual do politico
O desenvolvimento da sociologia política, segundo Rosavallon, trouxe a retomada do interesse pela história das ideias e multiplicou os trabalhos sobre as forças políticas e o sistema político e deste modo foi possível a inovação e renovação do campo político mas não foi capaz de ocupar o desgaste da história das ideias e das instituições.
O autor aponta fraquezas metodológicas quanto à tradicional história das ideias que seriam: 1) A tentação do dicionário: no qual ele cita algumas obras clássicas do século XIX que podem ser usadas como verdadeiros dicionários mas que segundo ele não são sustentados por uma problemática global e não são de natureza histórica. 2) A história das doutrinas: segundo o autor, a história de uma doutrina é um trabalho de estreitamento das ideias e diversas obras citadas por ele que pressupõe que elas são estáveis ou definitivas, o que não lhe configuram um caráter histórico, apenas doutrinário. 3) O comparativismo textual: segundo Rosavallon, diversas obras são comparadas apenas com outras que a sucedem ou precedem, fazendo-a segundo o autor, existir apenas ao que lhe é exterior mas que causa cegueira quanto aos diferentes contextos na qual as obras estão inseridas, como por exemplo as obras de Karl Marx. 4) O reconstrutivismo: que Rosavallon cita como sendo a análise e compreensão de uma obra e sua reescrita com uma suposta clareza e coerência que faltou ao autor da obra analisada, aonde a obra se torna apenas suporte de interpretação. 5) O tipologismo: a história das ideias são reduzidas, nas palavras de Rosavallon, a uma espécie de catálogos das escolas de pensamentos e doutrinas sem levar em consideração a história. Segundo Rosavallon, o objeto da história conceitual do político é a compreensão da formação e evolução das racionalidades políticas, a identificação dos “nós históricos” que envolvem as racionalidades políticas e sociais. A