Vinte anos de crise - Car
O historiador das ideias, o filósofo e o historiador dos acontecimentos e das instituições por um longo período repartiram a apreensão do campo político, compartindo-o em três territórios disciplinares estritamente separados. E, com o não envolvimento dessas áreas ocorreu uma desgaste progressivo destes gêneros tradicionais (ROSANVALLON, 2010, pp.9).
O enfraquecimento dessas áreas fez com que o estudo político fosse abandonado, e atenção se deu a outros interesses, econômicos, sociais e culturais, esse declínio foi acompanhado, também, do desenvolvimento da história das mentalidades políticas e da sociologia política (ROSANVALLON, 2010, pp.10).
Muitos dos livros publicados nessas últimas duas direções inovaram e permitiram uma renovação da abordagem do campo político, mas não foram suficientes para preencher o vazio deixado pelo perecimento progressivo da história das ideias e das instituições (ROSANVALLON, 2010, pp.10).
Então, surge a necessidade de diferenciar com clareza a história conceitual da história tradicional das ideias. Sendo a última marcada por um número de fraquezas metodológicas que frequentemente se misturam nos diversos graus como: a tentação do dicionário, a história das doutrinas, o comparativo textual, o reconstrutivismo e o tipologismo (ROSANVALLON, 2010, pp.12-15).
A história conceitual do político tem por objetivo: fazer a história da maneira pela qual uma época, um país ou grupos sociais procuram as respostas àquilo que percebem como um problema e fazer a história do trabalho realizado pela interação permanente entre a realidade e sua representação definindo os campos histórico-problemáticos. Não se fundando sobre a aplicação mecânica de receitas, que ela aspira realizar (ROSANVALLON, 2010, pp.16 e pp. 20).