ROSAVALLON, Pierre. Por uma história conceitual do político

ROSAVALLON, Pierre. Por uma história conceitual do político.

Em sua obra “Por uma história conceitual do político”, Rosavallon discorre acerca da história do pensamento político e propõe uma maneira de compreendê-la, preenchendo, dessa forma, as lacunas deixadas anteriormente pela história política tradicional. Essa nova maneira de pensar o estudo da política traz consigo diversas visões de distintas disciplinas, assim como é baseada em um pressuposto metodológico e uma questão: primeiramente, o que vem a ser o político, que nas palavras do autor “é o lugar onde se articulam o social e sua representação, a matriz simbólica onde a experiência coletiva se enraíza e se reflete ao mesmo tempo” (ROSAVALLON, 2003, P. 12) e em segundo lugar a questão da modernidade. Segundo o autor, a história tradicional das idéias possui uma série de lacunas, ou fraquezas metodológicas que devem ser identificadas. Podemos citar primeiramente o que Rosavallon chama de “A tentação do dicionário”, caracterizando-se pela simples repetição das idéias de dado autor, o que faz com que a obra seja apenas material de consulta. Em segundo lugar, “A história das doutrinas”, onde ocorre uma análise da formação histórica da idéia, que na verdade não é realmente histórico, pois o que importa é a idéia em si. Terceiro: “O comparativismo textual”, que consiste na obra ser pensada em relação a obras anteriores ou posteriores. Quarto: “O reconstrutivismo” das obras já existentes. E por último “O tipologismo”, no qual “a arte da classificação substitui o pensamento e a compreensão das obras” (ROSAVALLON, 2003, P.15). A história conceitual do político, proposta no texto por Rosavallon, tem por objetivo o entendimento do contexto político de uma época como um todo, analisando o acontecimento em sua totalidade e levando em consideração o que o autor chama de “nós históricos” (ROSAVALLON, 2003, P.16). Sua originalidade está no fato de que o método é ao mesmo tempo compreensivo e