Por Um Ensino Que Deforme

5228 palavras 21 páginas
Por um ensino que deforme: o docente na pós-modernidade
Durval Muniz de Albuquerque Júnior
Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Se aceitamos que a pós-modernidade é nossa condição histórica, como enunciam autores de tradição filosóficas tão distintas como Jean-François Lyotard, David Harvey e
Frederic Jameson1, que estamos deixando de ser modernos, ou que jamais fomos modernos, como defende Bruno Latour2, podemos nos interrogar qual o lugar que ainda ocupam as instituições sociais que surgiram com o mundo moderno e que continuam ainda entre nós? Se aceitamos que, como enuncia Gilles Deleuze3, estamos deixando a sociedade das disciplinas, tão bem analisada por Michel Foucault4, e vivemos agora uma sociedade do controle, que papel ainda podem exercer as instituições que aquela sociedade disciplinar deu origem, a que mutações estão sujeitas para continuarem a funcionar em nossa sociedade? Se estamos em uma nova configuração histórica, a que mutações estão submetidos os lugares de sujeito, as identidades, as subjetividades, neste novo tempo e a que modalidades de processos de subjetivação estamos submetidos?
Entre todas as instituições que a modernidade fez emergir, entre todas aquelas que a sociedade disciplinar proporcionou a constituição, a escola é uma das mais exemplares, entre outros motivos por ser destinada à produção de subjetividades, à produção de sujeitos, à construção e veiculação de identidades, à definição de lugares de sujeito. A escola é uma das instituições sociais da modernidade que continua existindo entre nós, nestes tempos pós-modernos. Instituição que ainda goza de prestígio social, se comparada com outras instituições modernas, como o manicômio e a prisão, cada vez mais contestados e defrontados com propostas imediatas de extinção ou reforma radical. Ainda não se imagina a possibilidade de uma sociedade sem escola, da mesma forma que achamos possível vivermos sem manicômios. Como é característica das instituições sociais, a escola, quase

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