Populismo
A historiadora Maria Helena Capelato acredita que todos os presidentes que governaram o Brasil desde o Estado Novo até o Golpe Militar de 1964 seriam populistas. Esses governavam através de características populistas como o carisma, a demagogia, o assistencialismo, principalmente em relação aos trabalhadores e às camadas médias. Uma das preocupações dos governos populistas é dar à população a ideia de que ela agora está posicionada em uma situação de confiabilidade.
O populismo mostra a sua força em decorrência do fenômeno que atravessa tanto ideologias políticas de esquerda como de direita. Percebemos nesse contexto o quanto a configuração dele é transformadora e contraditória, portanto ambígua. Segundo, o sociólogo Francisco Weffort, “o populismo como “modelo de governo” sempre reage às pressões populares; ao mesmo tempo, como “política de massa”, procura levar e forjar suas verdadeiras intenções”. Isso quer dizer que ao mesmo tempo em que representa a democratização do estado, representa o autoritarismo.
Essa composição política, em um primeiro momento, não parece prejudicial. A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) seriam, nesse contexto, estratégias populistas para cooptar o povo trabalhador. Assim, quem daria as cartas seria o governo e não os trabalhadores, mesmo com a CLT.
O significado do termo populismo é confuso em razão de suas contradições, que foram retratadas ao percebermos que tanto políticos de direita quanto de esquerda praticavam a mesma concepção populista de Vargas, como João Goulart e Leonel Brizola. Jânio Quadros, Carlos Lacerda, Ademar de Barros eram políticos contrários a Getúlio. Esses políticos faziam críticas ferrenhas ao nacionalismo exacerbado de Vargas, mas mesmo assim eram fieis adeptos às características populistas em suas estratégias políticas.
A contradição do populismo aconteceu porque as camadas populares não sabiam identificar que estavam sendo