Pons et al 2014
Autoria: Rodrigo Vieira de Sousa Pons, Flávia d'Albergaria Freitas, Victor Manoel Cunha de Almeida
Resumo
O objetivo desse estudo é descrever etnograficamente a tribo do Futebol Americano do Rio de
Janeiro, identificando as dimensões culturais dessa comunidade de praticantes e admiradores e os papéis desempenhados por seus membros. Para auxiliar na identificação das dimensões culturais da tribo, foram utilizadas as categorias sugeridas por Mariampolski (2006); e para a identificação dos papéis desempenhados por seus membros, o modelo do Trevo Tribal de
Cova e Cova (2002). O estudo permitiu uma reflexão sobre os desafios a serem enfrentados para o desenvolvimento de uma nova modalidade esportiva. Contribui ainda com a sugestão de políticas públicas.
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INTRODUÇÃO
A indústria do esporte é uma das maiores do mundo e vem crescendo mais do que o PIB mundial. Somados todos os ativos de clubes, ligas e federações, a indústria do esporte vale €
450 bilhões. Ela abrange desde o setor de construção de estádios até imprensa especializada, patrocínios esportivos e direitos de transmissão de TV. Considerando o mercado de eventos esportivos composto por bilheteria, receita de mídia e de marketing, os maiores esportes do mundo movimentaram € 45 bilhões, sendo que €19,5 bilhões vieram do futebol e € 5,8 da
NFL, a liga profissional de futebol americano dos Estados Unidos (A.T. KEARNEY, 2011).
Nesse contexto, o futebol americano é o esporte mais popular nos Estados Unidos, sendo apontado por como preferido por 36% da população, seguido pelo baseball e futebol americano universitário com 13% cada (HARRIS INTERACTIVE, 2012).
No Brasil, o Futebol Americano ainda é relativamente novo, tem uma base pequena de fãs e praticantes e inexistem estatísticas oficiais sobre o esporte. Em um estudo recente, o Futebol
Americano foi indicado como o décimo esporte na preferência de brasileiros em uma amostra predominantemente formada por