Política externa brasileira nos últimos anos
No final da década de 80 surge um novo conceito e comportamento voltado para uma nova estrutura de comércio exterior. De acordo com Averbug (1999), surgiu um novo cenário onde a nova economia difere da anterior ao passo que boa parte dos países em desenvolvimento havia abandonado suas políticas autárquicas e se abriram ao comércio multilateral (como é exemplo o Brasil com a política de substituição das importações).
De acordo com Vigevani e Cepaluni (2007), o governo Lula utiliza uma estratégia batizada de “autonomia pela diversificação”, nessa estratégia o país adere aos princípios e normas internacionais através de alianças Sul-Sul, inter-regionais e extra-regionais, e acordos com parceiros não tradicionais como: China e África, pois eles reduzem assimetrias nas relações externas com os países desenvolvidos e simultaneamente aumentam a capacidade negociadora internacional, diversificando os parceiros e as opções estratégicas.
As principais diferenças entre os governos e administrações decorrem das diferenças de interpretação e ideologia destes dois presidentes, e dos funcionários que os acompanham, a respeito das possibilidades da ordem internacional.
Ainda de acordo com os autores, desde o final do governo FHC algumas mudanças na política externa brasileira já estavam em curso, à aproximação entre Brasil, Índia e África do Sul em contraponto ao endurecimento das leis de propriedade intelectual, resultaram posteriormente na criação do G-3 ou IBAS[1]. Além disso, o governo Lula ampliou seus intercâmbios comerciais, tecnológicos e militares com Rússia e China. E mesmo sofrendo duras críticas de órgãos como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), aceitou considerar a China uma economia de mercado. A partir de sua presença em Davos, Lula tem procurado inserir temas sociais na agenda internacional, e conseguir ajuda externa dos países ricos para o combate à fome, nesta empreitada