ECONOMIA
Pedro Fernando Cunha de
Almeida"
J
á foi dito por muitos autores dedicados ao estudo da economia brasileira contemporânea que, dados os recentes avanços relativos á estabilização monetária no Brasil, as questões de longo prazo vêm recuperando parte da importância que um dia tiveram diante das de curto prazo. Dentre aquelas, destaca-se, com certeza, a do crescimento econômico duradouro, condição não suficiente, mas necessária, para a superação da miséria no País. Reconhecendo a atualidade e a importância do tema, o presente artigo dirige sua atenção às dificuldades sentidas, hoje, no Brasil para prover mais dinamismo e durabilidade ao crescimento econômico. Perda de dinamismo de longo prazo da economia brasileira e mudança na orientação da política econômica
Segundo as estimativas atuais, a economia brasileira deverá crescer, entre o início de 1993 e o final de 1997, à taxa anual de 4,3%. Percebe-se que o feito é, por si só, importante. Tal importância é adequadamente
Este artigo, concluído em setembro de 1997, derivou-se do desenvolvimento das idéias expostas no editorial com o mesmo título publicado na Carta de Conjuntura FEE de agosto do mesmo ano.
Economista, Técnico da FEE e Professor da UNISINOS.
O autor agradece os comentários de Enéas Costa de Souza, Roberto Silveira Marcantonio,
Sônia Teruchkin e Teresintia Bello
destacada ao se considerar que o crescimento médio do Produto Interno
Bruto (PIB) do Brasil, entre 1981 e 1992, foi de apenas 1,3 % a.a. Ressalta-se também que o crescimento anual nos últimos cinco exercícios ocorreu de forma ininterrupta, circunstância que não era verificável desde 1980.
Não obstante, o crescimento dos últimos anos foi reduzido, se comparado com os padrões históricos da economia no Brasil. Entre 1930 e
1980, a taxa média de incremento do PIB ultrapassou os 7% a.a., sendo que, na última década desse período, a