Trabalho de cenários economicos
Econômicos
Introdução
A máxima citada na epigrafe do capitulo, porém, vale, porém, tanto para a política como para a economia: da mesma forma que erros em política implicam consequências para quem os comete, a economia, mesmo não sendo estritamente uma ciência exata, tem suas leis que não podem ser ignoradas gratuitamente. Uma delas é que, se a absorção doméstica cresce a taxas superiores às de crescimento do PIB, isso acabará refletindo em déficits crescentes das contas externas, para determinada configuração de preços relativos.
Comportamentos favoráveis dos termos de troca podem atenuar essa tendência, mitigando, assim, os estabilizadores automáticos que estimulariam uma reversão das políticas que geram tal resultado. Mesmo ciente disso, pode-se optar por manter as políticas, acreditando que o “vento de proa” da ajuda externa irá durar indefinidamente. O risco de tal atitude pode não ser evidente, mas existe.
Entendemos que o país pode estar num curso delicado de expansão da demanda domestica, que não se refletiu ainda plenamente nas contas externas devido a um notável ganho nos nossos termos de troca, mas que, em algum momento futuro, tal dinâmica pode fazer o país esbarrar em uma restrição de financiamento externo.
Ao longo das décadas, alternamos períodos de forte expansão, calcados em grande aumento do financiamento externo do desequilíbrio em conta corrente, com outros de crise e estagnação, quando não é possível manter um déficit em conta corrente, e o país é obrigado a transferir recursos liquidamente para o exterior.
No que se refere ao setor externo, os alicerces da expansão observada na década passada foram erguidos em torno de algumas políticas apropriadas, como a acumulação de reservas internacionais, redução consistente da divida doméstica indexada ao dólar, quitação antecipada da divida para com o FMI e o Clube de Paris e a recompra dos Brandy Bonds, iniciativas essas que melhoram a imagem externa do país,