Polícia Militar: Greve à vista
Polícia Militar: greve à vista
Há em curso uma articulação de greve que pode fazer policiais militares e bombeiros cruzarem os braços no Maranhão. Mesmo com a Polícia nas ruas, a população reclama e clama por mais segurança. A cidade parece não sentir os impactos da "Operação Legal", uma espécie de operação tartaruga deflagrada desde o dia 26 de fevereiro, quando os militares, reunidos em assembleia, decidiram cobrar do governo melhores condições de trabalho, reajuste salarial, equipamentos, fardamento e armamento.
O Maranhão tem o menor efetivo do Brasil proporcionalmente, com apenas 1 policial para cerca de 900 habitantes. A ONU recomenda como média aceitável a proporção de 1 policial para 300 habitantes. Brasília tem a melhor média do país, com 1 PM para cada 168 moradores. Os números permitem entender um pouco do porquê a população não sente muito os impactos da "Operação Legal": faltam policiais. Mas, não é só isso. Os nossos poucos policiais estão desarmados, sem farda, sem viaturas, mal remunerados e desestimulados.
E, neste momento, os policiais buscam o apoio da população para pressionar o governo a sentar e negociar. A paralisação já foi adiada por pelo menos duas vezes, numa demonstração de disposição para o diálogo. A resposta do governo foi a "pronta intervenção" (prisão disciplinar) ordenada a dois policiais líderes do movimento paredista, o que só trouxe mais tensão à tropa. A greve poderá ser deflagrada depois da próxima assembleia que acontecerá nesta quinta-feira (19).
É preciso um olhar mais cuidadoso por parte do Estado no sentido de aparelhar seu braço armado. É preciso também que a própria sociedade encare com mais respeito os homens fardados que, independente das condições adversas, arriscam suas vidas para oferecer o mínimo de segurança. Quando a insegurança bate à porta e o Estado não consegue cumprir seu papel constitucional, a Polícia é a primeira a receber críticas, justas ou não. Talvez resida aí a