Politicas publicas
Na política de atenção convivem diferentes marcos organizativos, dentre eles a estruturação em níveis de complexidade, a saber: atenção primária ou atenção básica e atenção de média e de alta complexidade. Esta forma de organização, que se reflete na oferta de serviços segundo a hierarquização de três níveis de atenção, teve como um de seus pressupostos, desde a medicina previdenciária, a efetivação das ações de saúde focadas em agravos e, em algumas situações, para recortes populacionais, não levando em conta o marco da atenção integral.
Sistemas nacionais de saúde fundamentados em princípios como o da atenção integral devem manter como base de orientação de suas agendas de prioridade, de seus processos de planejamento, das práticas de saúde e da qualificação do trabalhador, elementos tais como os condicionantes históricos, culturais, econômicos e sociais que conformam uma vastíssima gama daquilo que se costuma chamar de necessidades em saúde.
O conhecimento do profissional de saúde sobre a observação de um dado fenômeno de caráter individual ou coletivo e sua capacidade de orientação e intervenção são tecnologias valiosas, desde que aplicadas de maneira compatível com a necessidade. O valor de uma tecnologia é dado pela sua necessidade e pelo bom uso dela, que não está posto a priori, mas se dá apenas quando de sua adequada utilização.
As necessidades de saúde podem ser traduzidas e percebidas pelos profissionais como a demanda, manifesta pelos usuários, por ações e serviços de saúde. As demandas por cuidados de saúde são socialmente construídas e fazem parte do imaginário social.
Dar voz aos sujeitos significa entrar em contato com elementos da realidade e das condições de vida e de saúde daquele que enuncia o problema; os aspectos dessa realidade, quando ouvidos e acolhidos pelos profissionais, podem servir para reorientar as práticas de saúde, no sentido de adequá-las melhor ao contexto social daqueles que têm no sistema de saúde seu espaço de