Politica publica direitos de todos
Ruptura e tradição na organização política dos trabalhadores (Uma análise das origens e evolução da Tendência Articulação – PT)*
Resumo:
Nesse artigo, analisamos a Tendência majoritária do PT: a Articulação. Inicialmente, enfocaremos a análise do seu caráter, a partir do resgate das suas origens e do seu papel enquanto principal força política interna do PT, capaz de determinar os rumos partidários. Sua influência política, reconhecidamente hegemônica, tanto no seio do PT, quanto em relação ao conjunto da esquerda brasileira, é expressada entre outros fatores, pelas posições políticas que seus dirigentes e militantes assumem do ponto de vista teórico e prático, isto é, através das suas formulações estratégicas. Essa práxis é ainda influenciada por fatores exógenos decorrentes da sua relação com os países do socialismo real. Nesse sentido, também estudaremos os impactos dos acontecimentos no Leste Europeu. Nossa análise abarca o período dos primeiros anos do PT até o seu 1º Congresso.
Introdução
A irrupção das massas trabalhadoras no cenário político do século XIX gerou as condições necessárias para o surgimento dos partidos operários de massas, socialistas e social-democratas. Neste momento, os trabalhadores ultrapassam ao âmbito da organização sindical e economicista, voltando-se para a construção de organizações de cunho político. Os caminhos são vários e indicam relações diferentes e contraditórias entre os sindicatos e os partidos.
No caso inglês, por exemplo, a organização política, o Partido Trabalhista, surge vinculada e submetida à organização sindical. Já os alemães construiriam uma forte organização social-democrata que estabeleceu uma relação conflituosa e de equilíbrio com o movimento sindical. Onde o sindicalismo era fortemente influenciado pelo anarquismo, a organização política, o partido político, teve mais dificuldades de se implantar.
No Brasil, a experiência anarco-sindicalista, aliada à realidade objetiva e