Politica Medieval
(Baseado nas obras de Maria Lúcia de Arruda Aranha, Maria Helena Pires Martins)
Idade Média – mil anos (476 a 1455).
A tendência da política normativa, típica da concepção grega, prevalece tanto na Antigüidade romana quanto na teoria política medieval, quando ainda se busca definir as virtudes do governante justo e bom.
As influências de Platão e Aristóteles no terreno da reflexão política foram marcantes tanto na Antigüidade como na Idade Média.
A Alta Idade Média, período que sucedeu à queda do Império, é caracterizada por um estado de desagregação da antiga ordem e pela divisão do Império em diversos reinos bárbaros.
Desde o final do Império Romano, quando o cristianismo se tornara a religião oficial, estabelece-se a ligação entre Estado e Igreja, pois esta legitima o poder do Estado, atribuindo-lhe uma origem divina.
O desejo de unidade de poder, de restauração da antiga unidade perdida, se expressa na difusão do Cristianismo.
Nesse contexto de extrema fragmentação política e descentralização do poder, a Igreja exerce enorme influência, na medida em que mantém o monopólio do saber.
De início, os religiosos têm receios quanto à produção dos gregos, por serem eles pagãos, mas com as devidas adaptações e interpretações segundo a fé cristã, o pensamento medieval é fertilizado inicialmente pelo pensamento de Platão e depois pelo de Aristóteles.
Ao contrário das concepções da Antigüidade, em que a função do Estado é assegurar a vida boa, na Idade Média predomina a concepção negativa de Estado.
Isto porque o homem teria uma natureza sujeita ao pecado e ao descontrole das paixões, o que exige vigilância constante, cabendo ao Estado intimidar os homens para que ajam retamente.
Daí podemos observar a estreita ligação entre política e moral, com a exigência de se formar o governante justo, não-tirânico, que, por sua vez, consiga obrigar, muitas vezes pelo medo, à obediência aos princípios da moral cristã.