Polis grega, sistema de vida mestra do homem
O livro base[1]: características e tipo de abordagem
Parecerá algo contraditório afirmar o carácter essencial desta uc para quem inicia os seus estudos na área disciplinar da História, e indicar a encabeçar a bibliografia um livro inacabado e redigido há quase setenta anos. Tratar-se-á de atavismo, anacronismo epistemológico da docente ou, ao longo destes setenta anos, não se reflectiu sobre o conhecimento histórico nem se actualizaram sínteses sobre o tema? A pergunta é retórica. Naturalmente, muitas obras sobre o ofício do Historiador, sistematizações sobre as escolas históricas e, mesmo nos últimos tempos, obras de defesa da legitimidade do saber histórico, foram dadas à estampa. Porque o escolhemos, então? Porque este pequeno livro tem a virtualidade de levantar todas as grandes questões epistemológicas sobre a História e, nesta fase preliminar de contacto com a disciplina, são sobretudo relevantes as interrogações, mais do que as respostas estruturadas produzidas por cada autor. A ingenuidade da pergunta a que Marc Bloch se propõe responder não é apenas apanágio dos “rapazinhos” dos anos trinta do século passado; é uma questão crucial que permanece, independentemente da idade, da condição social e cultural de quem a coloca: afinal, para que serve a História? Marc Bloch, escrevendo ao correr da pena, e fugindo ao esquematismo próprio de um manual, irá dando a conhecer as suas respostas. Trata-se de um livro para saborear, redigido simultaneamente com emoção e com a clareza de quem vê a “espantosa” realidade das coisas”. A linguagem é simples, as analogias com as experiências da vida quotidiana proliferam, o discurso flui, brota sem dificuldade, como se de uma conversa se tratasse. Antes e depois de Marc Bloch muitos autores (historiadores ou não) abordaram a temática do conhecimento histórico. As opções epistemológicas defendidas foram divergindo de acordo com os