Historia
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Módulo 1 – Raízes mediterrânicas da civilização europeia – cidade, cidadania e império na Antiguidade Clássica Unidade 1 – O modelo ateniense
Documento 1
A polis Polis é palavra grega que traduzimos por “cidade-estado”. É uma má tradução, porque a polis normal não se assemelhava muito a uma cidade e era muito mais do que um Estado. Mas a tradução, como a política, é a arte do possível: uma vez que não possuímos aquilo que os Gregos designavam por polis, também não temos a palavra que lhe corresponde. (...) Sem uma noção clara do que era a polis, e do que ela significava para os Gregos, é impossível compreender devidamente a História grega, o espírito grego, ou as realizações gregas. (...) Neste sentido, polis corresponde ao nosso “Estado”. (...) A polis era uma comunidade viva baseada no parentesco real ou suposto – uma espécie de grande família, que transformava em vida de família o maior número possível de aspectos da vida, e que, é claro, tinha as suas disputas familiares, as quais eram tanto mais ásperas quanto eram de família. (...) A religião, a arte, os jogos, as discussões – tudo eram necessidades da vida, que apenas podiam ser satisfeitas através da polis (...). Quando pensamos na quantidade de actividades da vida, necessárias, interessantes e excitantes, de que os Gregos usufruíam através das polis – todas ao ar livre, à vista da mesma acrópole, com o mesmo círculo de montanhas, ou do mar a limitar visivelmente a vida de cada membro do Estado, então, torna-se possível compreender a História da Grécia, compreender que (...) os Gregos não podiam convencer-se a sacrificar a polis, com a sua vida animada e ampla, a uma unidade mais vasta, mas menos interessante. Kitto, H. D. F. (1990), Os Gregos, Coimbra, Arménio Amado Editora, pp. 107-130
Documento 2
A evolução dos regimes políticos A razão de os regimes serem, de início, geralmente monárquicos reside talvez no facto de ser coisa rara encontrar