Policia e Sociedade
Não há como acatar essa dita “impossibilidade” e nem mesmo assimilar como verdade maior a máxima contida no texto “Reforma da Polícia: Uma Missão Impossível”, de Augusto Thompson, quando o autor apregoa a idéia de que a existência de uma polícia digna, equilibrada e honesta beira à uma “aspiração ingênua, desligada da realidade”.
É certo, no entanto, que o Estado utiliza “dois pesos e duas medidas” quando, ora pratica uma política de desvalorização da imagem policial convenientemente a seus interesses, ora sobrevaloriza os atos praticados por essa mesma polícia visando “lucros” políticos imediatos ou futuros. Afinal, detém o Estado o “monopólio do uso legítimo da força”, fazendo-o valer através do órgão policial e sempre o querendo de acordo com seu entendimento político, buscando desvinculá-la de sua verdadeira missão, qual seja, de uma “polícia instrumental”, mas que visa somente atender aos princípios da Democracia e do respeito aos Direitos Humanos.
Verdadeiro é concluir, porém, que realmente existe certo interesse - escamoteado e enraizado no seio das classes sociais alocadas nos níveis superiores da já citada “pirâmide”-, para que a imagem da polícia mantenha-se sempre nos limites entre o louvável e o censurável. Só assim os resultados de uma ação policial sempre poderão ser apresentados à sociedade, qualificados pelo Estado a sua própria vontade e interesses.
Diz-se que a manutenção do caos interessa a alguns.