Poder e Liderança: as contribuições de Maquiavel, Gramsci, Hayek e Foucault
Liderança é um campo amplo no universo do comportamento organizacional.
Os conceitos são problemáticos, no sentido da delimitação do objeto de estudo, ainda controversa. A maior parte da literatura origina-se na psicologia social, enquanto que a teoria política é pouco explorada na construção dos conceitos.
Contribuições dos autores oriundos da psicologia social, quando “traduzidas” para o grande público disseminaram o surgimento de estereótipos e fórmulas, marcados pelo viés do chamado politicamente correto e pela despolitização do tema. Objetivo: mostrar que a ciência política pode ampliar o debate, propondo o estudo das relações entre poder e liderança nas organizações. Metodologia: revisão bibliográfica multidisciplinar, compatível com o ensaio teórico. Conclusões: a ciência política permite definir liderança como exercício de poder nas organizações, contornando o problema conceitual do tema; poder não tem conotação negativa ou positiva, tais juízos respeitam as formas e objetivos do poder; exercer o poder é uma contingência da liderança.
Palavras-chave: Comportamento organizacional. Liderança. Poder.
1 Introdução
A literatura sobre liderança é constituída principalmente pelas contribuições da psicologia e, em segundo plano, da sociologia (ROBBINS,
2005). Há pouca influência da ciência política e esta, por sua vez, quando utilizada, o é em sentido restrito, pois o poder é considerado apenas na acepção negativa de opressão e conflito. O objetivo do artigo é contribuir para a discussão sobre o tema liderança, à luz da ciência política, tendo como referência os “clássicos” da política, Maquiavel, Gramsci, Hayek e Foucault.
O foco escolhido é a liderança associada ao posicionamento do indivíduo na hierarquia, a chamada liderança formal, ainda que na acepção de Foucault, influenciar pessoas independentemente do cargo também seja uma forma de exercer o poder.
Este artigo nasceu dentro do grupo de pesquisa sobre organizações e