A influência do comportamento organizacional
Maria Cristina Sanches Amorim – economista, professora titular da PUC/SP.
Regina Helena Martins Peres – psicóloga, doutoranda em ciências sociais na PUC/SP.
Artigo publicado pela XXXI EnANPAD, Rio de Janeiro, 2007.
Resumo
Liderança é um campo amplo no universo do comportamento organizacional. Os conceitos são problemáticos, no sentido da delimitação do objeto de estudo, ainda controversa. A maior parte da literatura origina-se na psicologia social, enquanto que a teoria política é pouco explorada na construção dos conceitos de liderança. As contribuições dos autores oriundos da psicologia social, quando “traduzidas” para o grande público levaram a disseminação de estereótipos e fórmulas, marcados pelo viés do chamado politicamente correto e pela despolitização do tema. A ciência política pode ampliar o debate, propondo o estudo das relações entre poder e liderança nas organizações. O poder não tem conotação negativa ou positiva, tais juízos respeitam antes às formas e objetivos do poder. Exercer o poder é uma contingência da liderança formal.
Liderança
A psicologia organizacional, pioneira no estudo sobre liderança, deu notáveis contribuições ao debate. Ao mesmo tempo, propiciou abordagens dicotômicas, demarcando a discussão entre a corrente behaviorista e a fenomenológica, sugerindo que uma das correntes é correta e a outra, errada. Bergamini, provavelmente a autora nacional mais lida, adverte o leitor das diferenças irreconciliáveis entre as duas correntes, de sorte que “(...) não se pode aceitar a ambas correntes ao mesmo tempo para explicar um mesmo tipo de comportamento” (1994: 84). A autora prossegue na demarcação entre os dois campos conceituais ao citar Milhoan e Forisha, autores de “uma obra de divulgação em psicologia, não muito sofisticada, mas escrita dentro de aceitáveis critérios científicos, propõe (...) a diferença entre a visão comportamental e fenomenológica