Poder Econômico – Qual o papel das marcas no contexto das corporações?
As empresas brasileiras ainda não descobriram todo o potencial de valor agregado às suas marcas, na opinião de Luciano Deos, CEO da consultoria GADLippincott e presidente da Associação Brasileira de Empresas de Design (Abedesign). Ele foi presidente do Júri de Design no Cannes Lions 2011.
Em entrevista ao Poder Econômico, ele afirma que as empresas com atuação no mercado internacional tem mais cuidado com a marca, mas cobra uma política governamental para um fortalecimento dos produtos brasileiros no exterior:
- Para termos produtos internacionalizados, precisamos de uma política de criação de valor. Não temos uma estratégia de Brasil.
Poder Econômico – Como você avalia o cuidado das empresas brasileiras com suas próprias marcas?
Luciano Deos – As marcas precisam ser observadas sob duas óticas: tem a marca de empresa enquanto corporação e tem marca de produtos e serviços. São mundos diferentes. De forma geral, o tema marca no Brasil é muito novo, ainda está começando a ser trabalhado e as empresas estão começando a trabalhar o papel da marca como construção da imagem e elemento que direciona o discurso da organização.
Poder Econômico – Qual o papel das marcas no contexto das corporações?
Luciano Deos - Os papeis da marca são múltiplos. Dependendo do tipo de corporação tem mais ou menos ênfase. No consumo, temos mais apelo ao consumidor, já o B2B é a imagem e a reputação. Ainda estamos começando a compreender a marca no Brasil. É um estágio de entender que existe valor em questões intangíveis. O mundo dos negócios normalmente é pautado pelo tangível, mas a marca também tem valor. É um ator novo em termo de valor nessas indústrias mais novas.
Poder Econômico – Quem melhor trabalha essa questão de marca atualmente?
Luciano Deos - Principalmente as corporações que já estão mais em contato com o mundo globalizado. Essas exportadoras, como Vale e Gerdau, empresas que estão em um processo de construção de produtos