Poder de acordo com deleuze
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“Passamos de um animal a outro, da toupeira à serpente, no regime em que vivemos, mas também na nossa maneira de viver e nas nossas relações com outrem.” (Deleuze, Gilles, página 223, Post-Scriptum sobre as Sociedades de Controle, de maio de 1090) Historicamente, Foucault determinou uma progressão da sociedade em duas fases: a sociedade de soberania e a sociedade disciplinar. Nesse texto, Deleuze dá continuidade à teoria de Foucault e determina uma nova sociedade que sucede a sociedade disciplinar, concordando sobre a brevidade desses modelos. No trecho destacado, o autor trata de sua nova teoria – a sociedade de controle – em relação à última proposta utilizando de uma metáfora. As toupeiras seriam a sociedade de disciplina: interiorizadas, vivem em bando, cavam buracos, são ensinadas a fazer isso e só isso. O homem disciplinado era fechado no espaço. Ficava em casa, trabalhava em uma fábrica, estudava em uma escola. Todos tinham quase o mesmo destino de serem operários, como um resquício de sociedade estamental, não tinham poder de mudanças e havia sempre um recomeço dentro de uma instituição (da escola para o exército, do exército para as fábricas). As serpentes seriam a sociedade de controle: vivem na superfície, são individualistas e sempre podem armar o bote, assim como um empregado de empresa, sempre em busca de promoções e ascensões de cargo, onde o recomeço vem como falha – na nossa sociedade “recomeçar” vem ao vocabulário de quem perdeu tudo - e há sempre mais para se alcançar. O controle vem da falta de certeza no futuro, porque todos ali têm o poder de mudar o destino. Deleuze explica esse poder através de máquinas, demonstrando que o homem controlado está conectado ao mundo por computadores, podendo ir direto à fonte ou aos superiores, enquanto o homem disciplinado depende da organização de sindicatos e da concordância da massa. A sociedade de disciplina pode ser claramente representada pelo modelo de produção Fordista, cujo objetivo é a