Pobreza no Estado A história brasileira é marcada pela pobreza e pela desigualdade social. Os recursos destinados ao seu enfrentamento nunca foram suficientes para seu efetivo combate. Talvez o seu auge esteja nos anos 80, a chamada década perdida, pois, neste período, a pobreza torna-se tão gritante que passa a ser o tema central da agenda social, haja vista a extrema distância observada entre os poucos ricos e os muitos miseráveis, verificando-se antinomias entre pobreza e cidadania. Pobreza É um estado habitual de privação de bens supérfluos, carência de bens necessários à condição de desempenho social e estrita suficiência de bens necessários à subsistência. Indigência é um estado habitual de privação de bens supérfluos e dos bens necessários à vida. Miséria é um estado habitual de carência tanto de bens supérfluos e necessários à vida. Nessa concepção de pobreza política, trabalhada por Demo, povo pobre é também aquele que, mesmo sem privação material para a sobrevivência, ainda não se autodeterminou, ou seja, ainda não se organizou para participar de forma consciente do processo histórico da sociedade da qual faz parte como cidadão. Demo assim se expressa: não é exagero afirmar que o traço mais profundo da pobreza política de um povo seja a falta de organização da sociedade civil, sobretudo frente ao Estado e às oligarquias econômicas. A pobreza é definida como privação de capacidades, sendo pobres aqueles que carecem de oportunidades básicas para operarem no meio social, que carecem de oportunidades para alcançar mínimos aceitáveis de realizações, o que pode independer da renda que os indivíduos detêm. Para fins desse trabalho, consideramos pobreza em sua amplitude, podendo defini-la como uma fator que condiciona o ser humano a uma vida de privações, sejam elas monetárias ou culturais. Do ponto de vista monetário, vale dizer que a pessoa é considerada pobre quando não consegue, com seus próprios esforços, manter despesas mínimas