Pluralismo e o conceito de maioridade em Kant
A partir das sociedades modernas, o pluralismo pôde ser visto no caminho de sua expressão plena. Em outras épocas e em diferentes locais poderíamos encontrar modalidades de pluralismo, excetuando as sociedades arcaicas. Por não ser exclusivamente um fenômeno moderno, o pluralismo se caracterizava de diversas formas nas sociedades em que era visto: por sistemas de castas; de estados ou corporações. Até aí, as diferentes formas de vida, de agir e pensar, ainda permanecia limitada ou regulamentada por ordens de valor e concepções gerais de mundo, o que não evitava o ocasionamento de encontros ou entrechoques de determinados grupos étnicos.
Porém Berger e Luckmann, afirmam que essa forma “antiga” de pluralismo não estaria necessariamente ligada à proliferação de crises de sentido; diferentemente do quadro das sociedades modernas, em especial nos países em que houve alta industrialização, onde as ordens de valor e reservas de sentido não são mais propriedades comuns daqueles que vivem em um mesmo território, de um mesmo sistema político. Os autores observam certas circunstâncias do mundo moderno que podem acelerar ou travar o desenvolvimento de crises subjetivas de sentido. Um exemplo daquelas que não travam esse desenvolvimento são os valores supra-ordenados. Esses até podem fomentar e “elucidar” sobre a coexistência de diferentes formas de vida, mas não impedem tais crises, pois não mostram, não dizem aos indivíduos como proceder com as diversas e constantes mudanças e quebras de paradigmas.
A problemática das crises de sentindo, abordada por Berger e Luckmann, está nas transformações tentativas de brecar as crises de sentido. Os autores apontam que na sociedade atual, algumas tentativas de “coesão”, de homogeneizar o pensamento de alguns grupos, como por exemplo, morais profissionais. Quando regras não são respeitadas, há a necessidade de legitimação por base