PLATONISMO E NEOPLATONISMO
O neoplatonismo amoroso, que surgiu no Renascimento, atualizou algumas ideias de Platão, filósofo grego que viveu entre IV e III a.C. Segundo o platonismo grego, haveria dois mundos: o inteligível, ou mundo das ideias, onde residiram a perfeição e a beleza, e o mundo sensível, ou mundo material, composto por objetos concretos e reais. O mundo sensível seria uma projeção do primeiro, sendo, por isso, um mundo de aparências, imperfeito.
A doutrina neoplatônica que difundiu no século XVI procurou conciliar o platonismo com valores cristãos, interpretando-o por um viés místico e espiritualista. Assim, o neoplatonismo supõe a existência de um Deus que teria criado a realidade e a possibilidade de o homem, num movimento de interiorização e purificação, aproximar-se dele e restabelecer sua união com a divindade. Nesse sentido, segundo o neoplatonismo amoroso, quanto mais o ser humano estiver afastado da dimensão física do amor, de sua realização carnal, mais puro ele será e mais próximo ele estará de Deus.
Neoplatonismo amoroso - uma tentativa de conciliar o conceito do filósofo grego Platão e os valores cristãos. Essa fusão gera uma forma de amor tão idealizada que não aceita a realização carnal, o que libertaria o ser humano da escravidão dos desejos e o aproximaria de Deus.
- o amor idealizado alça a tal altura o espírito, que o faz contemplar uma realidade extra-terrena; - esse amor, chama orientadora do espírito, se dirigido para o Bem, ilumina a realidade inteligível; - sublimado na ausência, o amor, ou a contemplação da mulher amada, reflexo da Beleza Divina, enobrece a alma e nela executa a imagem incorporal.
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AMOR E NEOPLATONISMO EM CAMÕES
Um dos temas mais recorrentes nos poemas camonianos é justamente o amor. Seus sonetos mais célebres abordam o delicado tema. Camões experimenta uma simpatia para com todos os que sofrem por amor. Encontramos nos poemas um