Plano Economico
Com o fim da Ditadura Militar emblematicamente representada pela assunção do cargo de Presidente da República por José Sarney entregue pelo General João Baptista de Figueiredo, o Brasil que já não vinha bem economicamente, entrou numa espiral desenfreada de descontrole de preços gerando inflação galopante. O governo Sarney e os subsequentes adotaram medidas ortodoxas e heterodoxas para frear a inflação, naquela época representada pela mídia como um dragão. Congelamento de preços, “gatilhos” (aumento automático dos salários quando a inflação atingisse 20%), sequestro de boi no pasto, corte de “zeros” na moeda, sequestro da caderneta de poupança foram algumas das medidas adotadas. Ministros da Fazenda eram frequentemente substituídos na esperança de que mudando o comando, novas e definitivas soluções surgissem, assim nasceram (Cruzado, Bresser, Verão, Collor I, Collor II e Real) os planos de estabilização econômica.
Plano Cruzado
A primeira tentativa de estabilizar a economia brasileira foi o Plano Cruzado, implantado em fevereiro de 1986, combinando austera política fiscal e monetária com o propósito de elevar a renda dos trabalhadores. Os salários foram convertidos na base do poder de compra médio dos últimos seis meses em valores correntes. Todos os assalariados receberam um abono de 8%, sendo que o salário mínimo teve tratamento diferenciado com um aumento real de 16%. As datas anuais dos subsídios coletivos foram preservadas, quando os salários seriam corrigidos em 60% da variação do custo de vida, além de serem automaticamente corrigidos sempre que a inflação acumulasse a taxa de 20%, disparando o gatilho de reajuste, ou seja, tudo continuava indexado.
O Plano Cruzado visava combater a inflação por meio da estabilidade da moeda, proporcionando melhor distribuição de renda, por meio do congelamento de preços também, o que resultou em elevado aumento do consumo, inclusive com recursos da caderneta de poupança. A política monetária