pigmentos
O milagre do escravo de Tintoretto (1548). Filho de um mestre tintureiro, Tintoretto usou o pigmento carmim, obtido a partir de um inseto – cochonilha, para atingir efeitos dramáticos
Antes da revolução industrial, a gama de cores disponíveis para utilizações artísticas e decorativas era tecnicamente limitada. A grande maioria dos pigmentos eram minerais, terras ou de origem biológica.
Os pigmentos de origens incomuns, como materiais botânicos, resíduos animais, insetos e moluscos eram colhidos e comercializados através de longas distâncias. Algumas cores eram extremamente caras ou impossíveis de misturar com a maioria dos outros pigmentos disponíveis. O azul e a púrpura ficaram associados à realeza, tal era o seu preço de compra Os pigmentos biológicos eram de difícil aquisição e os detalhes da sua produção eram mantidos em segredo pelos fabricantes. A púrpura tíria é um pigmento fabricado a partir do muco de várias espécies de Hexaplex trunculus. A sua produção, para ser usado par tingir tecidos, começou, por volta de 1200 a.C. em Tiro, no atual Líbano, pelos fenícios, sendo mais tarde fabricado pelos gregos até 1453, quando caiu Constantinopla4
O pigmento era muito caro e a sua produção era muito complexa. Por isso as pelas de vestuário púrpura ficaram associadas ao Poder e à riqueza. O historiador grego Teopompo, escrevendo no século IV a.C., que o peso da púrpura para corantes equivalia o seu peso em prata na cidade de Cólofon5 .
Os pigmentos minerais eram também comercializados a grandes distâncias. A única maneira de obter um azul profundo, era usando lápis-lazúli, uma pedra semipreciosa, produzindo um